quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

"um outro Estado q não este", Pedro Barroso

como homem livre e não alinhado a n ser pela Liberdade, lembro q os anos de "Estado novo", foram tempos tristes, escuros e muito amargos. O Estado "novo" tb nao foi solução nem para o prestigio, nem para a cultura, nem para o bem estar do povo português, nem para a sua liberdade e livre escolha. Viver nele foi o paradigma de censura e da falta total de democracia e de direitos humanos. Fomentou-se a iliteracia e o analfabetismo, ir de Lisboa a Bragança demorou-me um dia, tinha eu 20 anos, cerca de 14 horas; estradas eram poucas tortas e más; qqr ajuntamento era automaticamente proibido, irmão denunciava irmão, chegava a instalar-se a delação como modo de sobrevivência; as policias eram todo poderosas, bestiais e inimputáveis e as eleições eram uma farsa total.
Nesse Estado dito Novo, um grupo como o Grito estaria já extinto e enterrado e já estaríamos todos no Aljube ou em Caxias. A recente e romântica representação da era salazarista só convence quem a não viveu. O pais n participou na II GG mas Lisboa era um ninho imenso de espiões. E mais tarde durante muito tempo, a Europa verdadeira começava para lá dos Pirenéus. O jacobinismo teimoso de um ditador aferrolhava na gaveta e mantinha o pessoal na fome.

Na n historia devemos perceber os ciclos. A descompressao de Abril, foi um sol efemero e fugaz. Pouco tempo depois os cinzentos começaram a tomar os seus lugares estrategicos e fiorentinos. Hoje graças à pessima governação dos últimos 30 e tal anos, novos pequenos titeres abanaram a vaidade, encheram bolsos próprios e de amigos e instalaram de novo a emigração, o clientelismo, a fome o desespero.

Patria é uma palavra de amor, onde me choro e revejo sempre; sobretudo longe, sobretudo qd me falta o calor da felicidade e da justeza de viver e a sinto ferida e errada no voar.

A Família? ...bom... esse conceito mudou. Hoje vive-se sozinho, em apartamento dividido, em casalismo desalinhado e experimental, é-se adolescente ate aos 30 anos graças ao desemprego, entra-se e sai-se com outra velocidade das intimidades outrora tão sagradas, fixas e devotas. Mas claro q todos amamos os nossos embora o tempo de "viver e reunir família"..esse tenha quase desaparecido.

Deus pátria e família... eis pois, um conceito q nunca li do mesmo modo talvez q os outros. Mas ate aceito e percebo a sua sacralidade para os q ainda o tenham como emblema, se aqui se integrarem com o espírito livre e democrático de tb aceitarem os q aqui, neste Grito q levantamos, nao se revêem em Deus algum, em conceito fechado de família e apenas hoje em definitivo - e nisso estamos de acordo - vêm uma Pátria nua, descrente, ferida insultada e humilhada por reles agencias de rating internacionais e como moeda de troca de um passado quase milenar q nunca nos poderão sonegar.

E lá gritaremos juntos de novo pelo desemprego e pela fome, de novo por esta nossa renovada miséria de viver sob mais novos e elegantes tiranos, q fundam na mentira, na circulação rotativa de privilegios e num autismo governamenteiro o nosso fundo desprazer de estar aqui, assim de novo a ter de lutar por um outro "estado" q n seja nem novo nem velho mas renascido do grito q lançamos.
Pedro Barroso
in Facebook: GRITO - Grupo de Reflexão Independente Indignação, Transformação e Ousadia



 Jorge Carvalho
"Hoje vive-se sozinho, em apartamento dividido, em casalismo desalinhado e experimental, é-se adolescente ate aos 30 anos graças ao desemprego, entra-se e sai-se com outra velocidade das intimidades outrora tão sagradas, fixas e devotas." ...- como me revejo nestas palavras! Já passei dos 30, puto sem casa própria, a desejar "eternamente" constituir um casalinho experimental mas que já passou pelo entre e sai de relações mais que furiosas, sem devoção alguma. Será que cresci para ser assim ou não mais crescerei porque vivo aqui?

 

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